sexta-feira, 29 de julho de 2016

Jason Bourne, 2016.

"Jesus Christ, it's Jason Bourne!"

Sim, ele está de volta e com ele tudo que os fãs da franquia, ou pelo menos fãs dos 3 filmes estrelados por Matt Damon, querem ver.


Nove anos após O Ultimato Bourne, o diretor Paul Greengrass volta ao novo filme da franquia, o que podemos esperar é exatamente o que o filme apresenta: ação, câmera na mão e Jason Bourne. O longa tem o tom mais sério, as cenas de ação são mais extensas, mas o que falta mesmo é um roteiro mais consistente, apesar de bem escrito ele não vai muito a fundo, usa-se uma segunda história, praticamente paralela, para somente no último ato fazer ligação à história principal. O tema é atual, é o que os norte americanos estão vivendo, o caso Snowden e a privacidade nas redes, assunto para render bons filmes, mas Greengrass foca mais na ação (o que também não é ruim) deixando a desejar na falta de diálogos mais intensos. A complexidade da "trilogia Bourne" não é vista aqui.


O elenco excepcional traz Tommy Lee Jones sempre bem apresentado, seu personagem é aquilo que já esperamos, mas ele o faz muito bem. Alicia Vikander é ótima, sua interpretação é muito convincente, ela é misteriosa, deixando o espectador com a dúvida durante todo o filme. Vicent Cassel é o atirador, assim como outros atiradores que já apareceram no caminho de Bourne, seu personagem não tem muitas surpresas, mas também é um bom vilão e bem ameaçador, é um grande ator e está em perfeita forma. E Matt Damon que dessa vez traz um Jason Bourne grisalho, mais maduro e mais calado, como já foi dito em uma entrevista com Greengrass, Damon teve apenas 25 falas, mas isso realmente não chega a ser um problema.

Os efeitos visuais são verdadeiramente convincentes e funcionais, você acredita no que vê, mesmo que pareça familiar (pois já vimos isso em outros filmes do Greengrass) com a ajuda da edição e enquadramentos perfeitamente bem colocados em meio a imagens feitas pelas câmeras nervosas do diretor, nos sentimos em plena Vegas a ponto de sermos atingidos por destroços, por exemplo, ou na mira do atirador, pelos olhos dele, e no segundo seguinte em plena praça movimentada à luz do dia sendo o alvo dele, tudo em cortes rápidos e eficientes em zooms e em panorâmicas espetaculares sem nunca perder os personagens em ação, é de tirar o fôlego literalmente. Mas o recursos preferido do Paul "the shaky cam" Greengrass, a câmera na mão, pode ser cansativo para alguns, principalmente em algumas cenas em que esse efeito se torna desnecessário onde funcionaria melhor planos abertos em câmera parada para melhor aproveitamento da cena e do ambiente. A trilha sonora é perfeita, dá o tom certo de cada cena funcionando muito bem com os momentos mais intensos do filme, a batida é instigante e eleva a ação no tempo preciso. A cinematografia é belíssima, a fotografia é bem nítida na maior parte do tempo, mas também é amarelada e enfumaçada no primeiro ato do filme na primeira cena de ação noturna que é fantástica, diga-se de passagem. A mixagem de som e efeitos sonoros funcionam perfeitamente.


Jason Bourne pode não ter o roteiro mais bem elaborado dos filmes anteriores, talvez por este não se tratar de uma adaptação dos livros (sabemos que falta criatividade em Hollywood), mas é uma boa atualização da franquia, que não precisava de mais continuações. No desfecho deste, um plot twist do plot twist deixa margem para uma nova franquia. Em uma entrevista, Matt Damon, disse que a idade já começa a "pesar" para o personagem, vemos no longa que ele reage ao personagem de forma mais objetiva, menos divertido em suas lutas no "mano a mano", ainda muito bem coreografadas e mais realistas em relação aos anteriores, mas com os cortes rápidos da edição não podemos aproveitá-las em toda sua plenitude (como antes), será essa uma forma amenizar o "peso" que Matt se referiu? Para uma volta funcionou muito bem, mas a longo prazo será preciso mudar a fórmula. 


Veja o trailer:



De qualquer forma, é um ótimo e empolgante filme de ação. E que venha mais Jason Bourne.


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