sábado, 16 de setembro de 2017

Feito na América (American Made, 2017).

Com a cinematografia de Cesar Charlone (Cidade de Deus e O Jardineiro Fiel), direção de Doug Liman (No Limite do Amanhã) e Tom Cruise como protagonista, esse "quase spin-off" de Narcos (série da Netflix) já vale o ingresso!

Na sinopse, "a trama se passa durante a década de 1980, Barry Seal (Tom Cruise), um piloto oportunista da Trans World Airlines, é inesperadamente recrutado pela CIA para realizar uma das maiores operações secretas da história dos Estados Unidos.", o longa é superficial ao contar a sua história, com cara de documentário, ele também não é lá muito didático, é divertido e entrega o que promete: todo o carisma de Tom Cruise entre manobras aéreas, situações de sufoco e uma boa pitada de humor. O Barry Seal é um personagem da vida real, e já teve seu nome apresentado em outras ocasiões no cinema e na tv. Aqui o diretor conta essa história de forma original, a narrativa ágil prende o público mesmo quando este já sabe o desfecho.


A fotografia belíssima, muitas vezes super saturada, dá um toque especial inclusive em panorâmicas aéreas. É uma cinematografia muito bonita, com ângulos que realçam cenas em ocasiões interessantes e realistas, como é o caso em uma cena em que o protagonista é recepcionado na pista de pouso pelos homens do que seria o futuro Cartel de Medellin, nós quase sentimos o mesmo calor da cena, na poltrona do cinema gelado! O roteiro é um apanhado de "esquemas" de idas e vindas do piloto, não tem muito compromisso em fechar arcos e nem se aprofundar em nada, é um recorte de acontecimentos em sequência que funciona com a ajuda da eficiente edição montagem.


A trilha sonora é energética e engajante, tem até música clássica com direito a remix! Os efeitos sonoros também são muito bons. Quanto às atuações, Tom Cruise é quem conduz o filme ele está 100% no longa, é também um personagem diferente do que vem fazendo nos últimos anos. Também no elenco está Caleb Landry Jones interpretando o cunhado de Barry, e que possui uma participação notável, assim como Domhnall Gleeson, o "chefe" de Barry. Por outro lado temos Inexperiente Sara Wright que interpreta a esposa de Barry, não convence nem nas cenas de sexo. Outra coisa que incomoda, é o excesso da "câmera tremida", essa técnica dá um dinamismo preciso para este tipo de filme, porém em alguns enquadramentos simplesmente ela se faz desnecessária.


American Made (no original) é um filme que não tem muito para acrescentar - historicamente falando - e obviamente não está lá com este propósito, no entanto, o diretor apresenta um entretenimento com qualidades técnicas, que está fora da fórmula hollywoodiana de patriotismo com seus "heróis" e finais felizes, e entrega bastante humor, longe de ser um filme memorável mas que vale a ida ao cinema e o balde de pipoca. 



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