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domingo, 6 de novembro de 2016

Metrópolis (1927)

Ontem eu estava nostálgica e resolvi rever alguns clássicos, desses que vimos quando muito jovens e depois de um certo tempo, mais maduros, precisamos rever e tirar novas conclusões então um deles foi Metrópolis. Sem dúvidas é um filme de ficção científica a frente do seu tempo. 

Clássico de Fritz Lang, considerado referência do Expressionismo alemão.
Sinopse: Em um futuro distante na época (2026) a industrialização e a tecnologia se desenvolveram tanto que os seres humanos passaram a ser vítimas deste processo, sendo a sociedade dividida entre trabalhadores explorados e tecnocratas que vivem no "paraíso".


Uma curiosidade que devem ser compartilhada com cinéfilos, sobre este filme é que ele possui algumas versões:
A primeira versão de Metrópolis tinha mais de três horas de duração, mas se perdeu. 
Outra versão, a primeira versão americana, tinha 159 minutos e a alemã 153 minutos. Há uma versão restaurada pelo Filmmuseum Munich, que editou cenas perdidas e tem 150 minutos. 
Uma versão inglesa, chamada erroneamente de "versão do diretor", tem 139 minutos.
Há uma versão dos anos 80, restaurada na Alemanha, com 115 minutos, mas a versão em vídeo tem apenas 93 minutos.
Em 1996, foi feita uma versão americana com música, que tem 115 minutos. Existe uma outra versão, só com 94 minutos, que tem uma trilha sem música e apenas efeitos eletrônicos gerando som.
Existem ainda as versões com 119 minutos (DVD) e 87 minutos (1984), que foi colorizada e musicada por Giorgio Moroder.


Foi um dos filmes mais caros da história do cinema, tendo custado na época cinco milhões de Marcos, e quase levou a Universum Film S.A. à falência.
Teve pelo menos 37 mil extras.

Máquina comparada a Moloch, o antigo deus semita honrado por sacrifícios humanos.
Este filme é cercado de teorias e interpretações de todas as formas, isso sem falar em simbolismos, mensagens subliminares e no antissemitismo que rondava a época, refletido aqui claramente. Pela fé temos a Maria que prega a vinda do Salvador, tem aspectos do gnosticismo, hermetismo, passando ao aforismo ("assim com em cima é embaixo"), a revolta dos trabalhadores em péssimas condições de sobrevivência, causas e consequências que são lideradas por uma falsa Maria. 
Seria este filme uma profecia do que a própria Alemanha passaria? O longa caiu no gosto de Hitler, chegando a chamar o diretor austríaco para ser o chefe do cinema nazista, Fritz Lang rejeitou e foi embora para os Estados Unidos. Lang vem de família judia e foi casado com uma famosa escritora/roteirista, a autora do livro que deu origem ao filme, Thea von Harbouporém quando ela decidiu apoiar o nazismo ele se separou dela.

A principio devo dizer que não quero aqui polemizar, meu interesse é somente divulgar esta verdadeira obra-prima do gênero. Assistindo a este filme e pensando que ele foi criado em 1927, percebemos o quanto ele é grandioso e profundo, a direção nos leva a numa viagem sem precedentes, visionário, com elementos como os cenários futurísticos da cidade que serviram de inspiração décadas depois para Blade Runner, Gotham em Batman Begins, a abordagem de personagens e características físicas como mão esquerda mecânica de um dos personagens, quem é que não vai lembrar de Luke Skaywalker com sua luva preta, ou Dr. Strangelove? A ginoide (robô que se parece uma mulher) que serviu de inspiração também para George Lucas ao criar o querido C3PO e a falsa mulher que possui uma alegoria na cabeça muito próxima a que a Rainha Amidala usa em Star Wars - Episódio I. Essas são só algumas das referências fantásticas que podemos pontuar, certamente, você também encontrará semelhanças com diferentes gêneros e influencias para filmes sci-fi, cinema noir, assim como moda, música (Queen, Madonna), livros e diversas formas de artes, enquanto assiste Metrópolis

Maria (Metropolis) X Rainha Amidala (StarWars)
Em 2008 foram reencontrados, na Argentina, 30 minutos de metragem deste clássico. Tal parte foi restaurada e acrescentada à versão conhecida. Na Berlinale 2010, o filme teve 83 anos depois, a sua segunda estreia mundial. É esta que temos aqui:



"Este filme não é de hoje e nem do futuro. Ele fala de lugar nenhum. Ele não serve a nenhuma tendência, partido ou classe. Ele tem uma moral que cresce quando há compreensão: O mediador entre o cérebro e as mãos deve ser o coração." Thea von Harbou, 1925


Espero que tenham gostado, deixem nos comentários a opinião de vocês. Este é um filme que não deve deixar de ser visto e consequentemente deve ser debatido sob diversos pontos de vista. Eu já dei um empurrãozinho, agora é com vocês.


Metrópolis (Metropolis) – Alemanha, 1927 Direção: Fritz Lang Roteiro: Thea von Harbou, Fritz Lang Elenco: Alfred Abel, Gustav Fröhlich, Rudolf Klein-Rogge, Fritz Rasp, Theodor Loos, Erwin Biswanger, Heinrich George, Brigitte Helm Duração: 153 min.


terça-feira, 5 de julho de 2016

Filmes com finais surpreendentes

Eu sou fã de carteirinha de filmes complexos, "mindfuck" que quando termina a gente diz: "Que p*** é essa?". Isso mesmo! E se você pensa que estes filmes são ruins porque não entendeu nada ou não aceita o final, e acha que o diretor/cineasta viajou na maionese, e mesmo assim você gostou, é sinal que você precisa assistir pelo menos mais uma ou duas vezes. E se mesmo assim você não entendeu, corra para internet e procure um grupo de ajuda e debates sobre o filme (é a minha parte favorita, pode me chamar!). 
Mas é claro, nem todo mundo está disposto e não vê o cinema como arte, prefere tudo bem mastigado e com respostas prontas, se você é assim (não vê o cinema como arte e prefere filmes fáceis de digerir, bem explicadinhos...), então, eu não recomendo seguir adiante. Para os demais, vamos à lista:


Clube da Luta (Fight Club, 1999)


Dirigido por David Fincher. Baseado no livro homônimo de Chuck PalahniukJack (Edward Norton) está ficando cada vez mais insatisfeito com sua vida e ainda vem enfrentando uma terrível crise de insônia, até que encontra e passa a  frequentar grupos de auto-ajuda. A partir desses encontros ele faz novos e estranhos amigos, Marla Singer (Helena Bonham Carter) e Tyler Durden (Brad Pitt). Tyler apresenta para Jack um grupo secreto que o ajuda a extravasar suas angústias e tensões através de violentos combates corporais. Este longa tem um roteiro muito inteligente, a direção de Fincher é impecável, mas ele vai te dando pistas que ao final, é uma ótima surpresa. Considerado por muitos um dos melhores plot twists dos últimos anos. Jared Leto também está no elenco. Vale a pena conferir. 


Ilha do Medo (Sutter Island, 2009).


Dirigido por Martin Scorsese. No elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Michele Williams, todos estão excelentes em suas atuações. O filme é baseado no livro "Paciente 67" do autor Dennis Lehane e conta sobre um detetive Teddy que tenta desvendar o paradeiro de um paciente que desaparece do manicômio localizado na ilha, cujo a fuga seria impossível. Scorsese faz um ótimo trabalho inspirado em filmes noir, onde nada é o que parece ser, com uma fotografia sombria e de alto contraste, entre cigarros, tempestades e muita, muita ironia. Há cenas que mais parecem erros de gravação (preste atenção em uma cena onde Teddy interroga os pacientes), outras parecem mal dirigidas (atores parecem não saber que estão sendo filmados), mas isso tudo é para deixar o espectador tão confuso quanto o protagonista. E funciona! Não é um filme difícil de entender, no final temos a esperada resposta para o que está acontecendo.


O Homem Duplicado (Enemy, 2014)



Dirigido por Denis Villeneuve. Adaptação do livro homônimo de José Saramago, publicado em 2002. Adam Bell (Jake Gyllenhaal) é um professor que depois de assistir um filme descobre que existe um ator chamado Antony que é idêntico a ele. Então ele vai procurá-lo e o filme vai deixando o espectador pirado, mais do que se pode imaginar. Cheio de simbolismo esse filme com ares de neo-noir, traz muita estranheza para o público, principalmente pela sua narrativa não linear. Eu já fiz uma crítica sobre ele, (leia a critica completa clicando aqui.) Recomendo muitíssimo, e recomendo que assista pelo menos 3, 4, 5 vezes, é um filme extremamente inteligente com final surpreendente. Um dos melhores que já vi.


O Nevoeiro (The Mist, 2008)


Dirigido por Frank Darabont. Baseado no conto homônimo de Stephen KingDavid Drayton (Thomas Jane) e Billy (Nathan Gamble), seu filho de 8 anos, estão em supermercado, temendo que os suprimentos se esgotem, após um tempestade que devastou a cidade, porém um estranho nevoeiro toma conta da cidade, o que faz com que David, Billy e outras pessoas fiquem presas no supermercado. 90% do filme se passa no supermercado, muitos elementos são abordados aqui, é algo sobrenatural ou alienígena, todos estão enlouquecendo... Ao longo do filme eu fiquei entediada, mas o final... é um soco no estomago, vale a pena conferir.


O Planeta dos Macacos (Planet Of The Apes, 1968)

Dirigido por Franklin J. Schaffner. Com Charlton Heston no elenco. O longa é baseado no romance de Pierre Boulle, "La planète des singes"Uma nave espacial lançada da Terra viaja à velocidade da luz com quatro tripulantes, voluntários da missão que tenta provar que nessas condições o tempo passaria mais devagar para eles do que para quem ficou no planeta. Depois de uma viagem de 18 meses de seu tempo, o comandante Taylor comprova que na Terra já teriam se passado dois mil anos e que a teoria estava correta. A nave cai no mar de um planeta desconhecido e os tripulantes tem que abandoná-la às pressas. Logo depois, os astronautas descobrem outra espécie nativa: violentos macacos que falam, se locomovem usando cavalos e atiram com rifles e não demonstram qualquer piedade ao matarem os humanos que encontram. Esse é o meu filme de ficção científica favorito, veja que ele foi feito em 1968, o plot twist deste filme é antológico e é inspiração para muitas produções até os dias de hoje. 


Amnésia (Memento, 2007)


Dirigido por Christopher Nolan, o longa é baseado no conto "Memento Mori" de seu irmão, Jonathan NolanCom Guy Pearce no papel principal de um homem com problema de memória anterógrada, o filme começa com a imagem de uma fotografia que acabou de ser tirada, porém a imagem vai escurecendo (ao invés de ficar nítida) até o ponto de entrar, de volta a câmera (tipo Polaroid), num efeito reverso, isso já é a grande preparação do que veremos adiante. O longa tem duas narrativas separadas pela fotografia do filme, uma em preto e branco que conta a história em tempo cronológico e a outra, em imagem em cores, onde a história se passa em sequências recortadas e apresentadas de maneira em que cada cena seja contada a partir da última cena mostrada. Ou seja o espectador acaba sendo jogado na pele do protagonista sentindo o incomodo da imprevisibilidade, o que ao mesmo tempo é sensacional. Num determinado momento do filme as duas narrativas se encontram e aí e só montar o quebra-cabeças. Complexo e com o final "WTF?" incrível. 



Cidadão Kane (Citizen Kane,1941)


Dirigido, escrito e estrelado por Orson Welles, aclamado como sendo um dos melhores filmes de todos os tempos, por toda sua técnica cinematográfica, fotografia, atuações, trilha sonora direção de arte, visto como uma verdadeira obra-prima da sétima arte. Inspirado na vida do milionário William Randolph Hearst. O longa conta a ascensão de um mito da imprensa americana. De garoto pobre no interior a magnata de um império do jornalismo e da publicidade mundial. A trama inicia após a morte do magnata que em seu último suspiro pronuncia "Rosebud". O jornalista encarregado a escrever a história de sua vida começa uma investigação para descobri do que se trata tal palavra. Clássico pra cinéfilo nenhum botar defeito, assista.



Seven - O Sete Crimes Capitais (Se7en, 1995)


Dirigido por David FinchDois policiais, David Mills (Brad Pitt) e William Somerset (Morgan Freeman), são encarregados de encontrar um serial killer que mata as pessoas seguindo a ordem dos sete pecados capitais. Além de surpreendente, este final é cruel. Finch faz um trabalho genial neste suspense-policial, que para mim, é o melhor do gênero, pois o que surpreende não é só o acontecimento final, que pode até ser previsível em algum momento, ainda mais 20 e poucos anos depois do lançamento e muitos filmes inspirados nele já foram feitos (assim como outros aqui citados), mas pelo que o filme faz você sentir quando acontece. Kevin Spacey está brilhante, simplesmente. 



O Grande Truque (The Prestige, 2006)


Dirigido por Christopher Nolan, baseado no livro homônimo de Christopher Priestlançado em 1998. A história é sobre dois mágicos, Robert Angier (Hugh Jackman) e Alfred Borden (Christian Bale), que se tornaram rivais após um grave acidente de palco. Cada um segue seu caminho sempre buscando desbancar o outro, em busca do que seria o Grande Truque. Ainda no elenco, Scarlett Johansson, Michael Caine, David Bowie, Andy Sirkeis, nem precisa dizer a qualidade das atuações, né? Filme imperdível, roteiro inteligente, intrigante, ótima direção de arte, figurinos e maquiagens são impecáveis. O desfecho surpreende pela simplicidade de um dos mistérios desvendados e por outro lado choca, levantando várias discussões ao final, muito bem esclarecido. Um dos meus favoritos, fiquei semanas com este filme na cabeça.



Os Outros (The Others, 2001)


Dirigido por Alejandro Amenábar. Durante a 2ª Guerra Mundial, Grace (Nicole Kidman) se muda com seus dois filhos para uma mansão isolada na ilha de Jersey, esperando que seu marido retorne da guerra. Seus filhos tem uma deficiência que os impedem de receber diretamente a luz do sol, a casa onde vivem está sempre em total escuridão. Também para o bem-estar das crianças há certas regras, mas quando novos empregados chegam a casa, eles terminam quebrando estas regras. Eu não fazia ideia do que me aguardava, fiquei presa a ele pela excelente qualidade de imagens e de elementos de suspense extremamente envolventes, numa atmosfera pesada, e seu desfecho inesperado. 



Psicopata Americano (American Psycho, 2000)


Dirigido por Mary Harron. Baseado no livro homônimo de Bret Easton EllisPatrick Bateman (Christian Bale) jovem, bonito, rico e sem nada que o diferencie de seus colegas de Wall Street, também é um serial killer, que vaga livremente e sem receios em busca de uma nova vítima. Sua motivação é a inveja de quem possui mais do que ele. Este longa, talvez seja o mais polêmico da lista, com um roteiro inteligentíssimo e violência, muita violência, o filme divide opiniões com seu final incrivelmente surpreendente. Além de Bale, ainda temos no elenco, Willem Dafoe, Jared Leto, Reese Witherspoon e Josh Lucas.


Os 12 Macacos (Twelve Monkeys, 1995)


Dirigido por Terry GilliamNo ano de 2035, James Cole (Bruce Willis) aceita a missão de voltar ao passado para tentar decifrar um mistério envolvendo um vírus mortal que atacou grande parte da população mundial. Com Madeleine Stowe, Brad Pitt, Christopher Plummer. Me lembro a primeira vez que assistir, minha cabeça explodiu! O espetacular Terry Gilliam não erra, é um roteiro muito bem escrito, sem falar que é uma das melhores performances da carreira de Brad Pitt.


Vale dizer que fiz esta lista aleatoriamente, e não por ordem de minha preferencia. Espero que tenham gostado. Ainda tem tantos outros a serem mencionados que, em breve, farei uma nova lista. Até a próxima!