Uma belíssima fotografia em preto e branco, inicia uma história cheia de furos, mas que prende a atenção do espectador, mesmo que misturando algo comum, numa atmosfera noir e misteriosa já vistos em outros longas como "A Ilha do Medo" e "Cisne Negro", ainda pode surpreender e agradar.
Uma psicóloga decide sair de sua reclusão para aceitar o estranho caso de uma jovem cujo o terapeuta desapareceu misteriosamente. O filme mexicano tem duração de 81 minutos, os primeiros 25 minutos levam um século..., mas depois a gente se vê envolvido naquela trama de suspense psicológico, que dá várias pistas do que realmente está acontecendo, o espectador mais experiente já saberá em que direção o filme quer te levar, mesmo assim, a trama não perde o tempero, sua história é interessante e a direção sabe como nos prender até o final. Enquadramentos diferenciados e a câmera subjuntiva dão pistas e engrandece a trama, os diretores Carlos Algara e Alejandro Martinez-Beltran optam por uma câmera ágil, e isso torna o filme, dentro do possível, mais dinâmico dentro da atmosfera de suspense psicológico de narrativa lenta.
A fotografia é preto e branco, os tons de cinza realçam a profundidade das cenas e o contraste necessário para visibilidade plena. É sugerido que o clima seja acinzentado em meio a paisagem que originalmente deveria ser bem verdinha, visto que a locação é em uma área de pinheiros e bastante arborizada. O preto e branco funciona como algo que, a princípio quer dizer que "está tudo sob controle" há um equilíbrio emocional estabelecido, mas ao decorrer da história, quando aprofundamos sobre o conhecimento do mais íntimo, o "eu" das personagens, as cores vem à tona revelando uma outra realidade. As atrizes Arcelia Ramírez (a psicóloga) e Olga Segura (a paciente) entregam, com competência, personagens com muitas camadas que se desenvolvem de maneira bem gradativa.
Não é um filme memorável, o roteiro tem algumas falhas e/ou facilitações na narrativa que tornariam o filme muito mais interessantes com alguns ajustes. Uma sucessão de reviravoltas finais e nem todas funcionam. Mas é um filme bom com qualidades de cinematografia, efeitos práticos precisos e um final que se não surpreendente (para todos), no mínimo será interessante. Recomendo.
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segunda-feira, 16 de outubro de 2017
domingo, 3 de setembro de 2017
Atômica (Atomic Blonde, 2017)
O diretor David Leitch (co-diretor de John Wick), faz um ótimo trabalho mesclando uma boa história, cenas de luta e música!
Inspirada na grafic novel "The Coldest City", o longa mostra Lorraine Broughton, uma agente do MI6 que precisa encontrar informações importantes na Alemanha após a queda do Muro de Berlim e acaba se envolvendo em um jogo de espiões que pode ser letal. Em um filme de espionagem nós sempre esperamos uma história mais complexa, mais densa, não é o caso aqui, apesar da premissa ser boa, a narrativa é superficial, com reviravoltas bacanas, porém previsíveis, mas não deixa de ser uma boa história. O que é bom mesmo são as sequências de ação, um trabalho de coreografias muito bem ensaiadas e convincentes que Charlize Theron fez questão de treinar e fazer ela mesma (mesmo isso lhe custando 2 dentes!). James McAvoy, Sofia Boutella, John Goodman, Toby Jones, também estão no elenco, todos estão bem em seus personagens, mas não há nenhum grande destaque como Charlize "Badass" Theron, que está incrivelmente bem à vontade com sua personagem como não podia deixar de ser, o filme é todo dela.
A direção faz um trabalho impressionante com alguns planos sequência que são realmente criativos, um deles merece destaque, o mais longo, com quase 10 minutos, faz o público pensar que não há cortes, a edição é acertadamente perfeita, com ângulos vertiginosos e uma câmera que não deixa passar nada "girando" em quanto a coreografia do confronto sai de um ambiente para outro, é de tirar o fôlego do espectador, muito bem ensaiado e montado. Ao longo do filme as cenas de ação são de encher os olhos e sim, superam os erros de roteiro e mesmo quando não há cenas de ação, o filme consegue manter o público atento. Ótimo entretenimento.
Outro elemento que mantém o público acordado é a trilha sonora. Uma cena em que a protagonista entra em um ambiente com uma música agitada acompanhando-a para, logo em seguida, revelar que não era exatamente aquela que estava tocando no ambiente... é uma ótima sacada! A trilha nostálgica é bem montada com cenas específicas, não é exatamente uma novidade, já que em 2017 mesmo já vimos alguns filmes fazendo o mesmo e até melhor ("Guardiões da Galáxia 2", "Em Ritmo de Fuga"), mas ainda assim cumpre bem o seu papel. A mixagem de som é especialmente interessante, música, tiro, pancadaria e suspiros, funcionam bem, quase sempre pancada e música estão no mesmo tom. A fotografia tem cores frias acinzentada em cenas externas representando também a época política em que o filme se passa, e cores mais quentes em cenas internas, vermelho e azul se sobressaem de acordo com a intensidade do momento, é uma cinematografia que nos remete ao final dos anos 80 com neons em alta.
A loira atômica bate sem piedade e apanha na mesma medida. Na mesma pegada do "John Wich", o filme não deixa o espectador dormir, em sua missão ela é uma assassina implacável, e mesmo com reviravoltas não muito eficientes, em um confronto no "mano a mano" com James Bond ela o colocaria no bolso. Atomic Blonde (título original) é um ótimo cinema com pipoca que vale o ingresso.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
Stranger Things 2 – Comercial do Super Bowl 2017
Stranger Things está voltando. Eleven (Millie Bobby Brown) está de volta!
Um ano após o retorno de Will, tudo parece ter voltado ao normal... mas algo terrível espreita abaixo da superfície, e ninguém está a salvo na pacata Hawkins.
Assista ao primeiro comercial da próxima temporada, lançado nesta madrugada no intervalo do Super Bowl:
Um ano após o retorno de Will, tudo parece ter voltado ao normal... mas algo terrível espreita abaixo da superfície, e ninguém está a salvo na pacata Hawkins.
Assista ao primeiro comercial da próxima temporada, lançado nesta madrugada no intervalo do Super Bowl:
A julgar pela fantasia de Caça-Fantasmas das crianças, tudo indica que a trama se passa no ano seguinte da temporada anterior, em 1984 (lançamento do filme nos cinemas).
A estreia da segunda temporada está prevista para 31 de outubro, mais de um ano após a estreia da primeira temporada na Netflix (15 de julho de 2016). A principio foi dito que a série manteria o mesmo número de episódios (8 no total), mas nada foi confirmado ainda. Aguenta coração!
Leia a crítica da primeira temporada clicando aqui.
sábado, 31 de dezembro de 2016
Primeiro trailer de Paixão Obsessiva.
Quando o casamento entre David (Geoff Stults) e Tessa (Katherine Heigl) termina, ele fica com a casa e com a guarda da filha pequena. Tessa, furiosa com a situação, descobre que ele já está envolvido com uma nova mulher, Julia (Rosario Dawson), uma vítima de abuso por parte do ex-marido. Enquanto Julia se adapta à vida de madrasta, Tessa bola um plano para sabotar a nova namorada de David e retomar o relacionamento.
Geoff Stults, Cheryl Ladd, Whitney Cummings, Robert Wisdom, Jayson Blair, Simon Kassianides, Mitch Silpa, Isabella Kai Rice, Aline Elasmar, Alex Quijano, Kincaid Walker, Lauren Rose Lewis e Marissa D’Onofrio também estão no elenco.
Geoff Stults, Cheryl Ladd, Whitney Cummings, Robert Wisdom, Jayson Blair, Simon Kassianides, Mitch Silpa, Isabella Kai Rice, Aline Elasmar, Alex Quijano, Kincaid Walker, Lauren Rose Lewis e Marissa D’Onofrio também estão no elenco.
Dirigido pela estreante Denise Di Novi, o longa tem estreia prevista para o dia 29 de junho de 2017.
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Black Mirror - 2ª temporada e Especial de Natal.
A principio a série teve 7 episódios (2 temporadas e um especial de natal), porém, recentemente, a terceira temporada (com 6 episódios) foi encomendada pela produção americana da Netflix, e já estão disponibilizados. Mas hoje eu trouxe um breve resumo da segunda temporada e do episódio especial de natal. Todos os episódios possuem roteiros inteligentíssimos e imprevisíveis, são bem dirigidos e as atuações são boas e convincentes, não há como discordar. Dito isso, vamos aos episódios:
Segunda Temporada
Volto já
Depois que Martha perde o namorado, uma amiga recomenda que ela se inscreva em um serviço que "recria" os mortos virtualmente, usando e-mails, mensagens e todo o tipo de material para reproduzir sua personalidade, uma especie de "Ela" (Her, filme de Spike Jonze), com os dados do namorado falecido. O que começa como uma troca de e-mails para ajudá-la a lidar com o luto evolui para uma situação cada vez mais embaraçadora e surreal. O foco aqui é o abalo emocional da protagonista e o apego se torna inevitável pelo ser robótico. Este foi, na minha opinião, o episódio mais bizarro de toda a série. Hayley Atwell e Domhnall Gleeson estão incríveis aqui.
Urso branco
O que você faria se acordasse em um lugar que não reconhece, e nem mesmo conseguisse se lembrar de quem é? E se, para piorar, todo mundo que olhasse para você começasse imediatamente a gravar a situação com o celular? Um thriller psicológico, terrivelmente assustador, mas que num determinado momento parece previsível e enfadonho, até que no último ato... O mais improvável dos finais. Neste episódio o que está em questão é a atitude da massa nas redes sociais, o julgamento indiscriminado, desconhecer os fatos e ainda assim tomar partido de um dos lados, e é claro, sempre o lado da maioria. Um merecido soco no estômago no final do episódio.
Momento Waldo
Em uma volta à sátira política que fez sucesso no piloto da série, os espectadores são apresentados a Waldo, um urso de desenho animado especializado em colocar autoridades em situações embaraçosas para um talk show. As coisas se complicam quando um produtor do programa propõe que Waldo se candidate às eleições. O episódio combina bem com o momento em que vivemos, eleições. Waldo é o retrato da sociedade, é o protesto, e vai além, ele representa pessoas insatisfeitas, infelizes e que se escondem atrás de máscaras, usa seu personagem de temperamento arrogante e debochado, mas que na verdade, seu interprete é um ser humano com problemas emocionais. Acho que este episódio é o que mais tem a nos dizer.
Ficha Técnica da 2ª Temporada (Reino Unido, 2013)
Duração: 3 episódios de aproximadamente 45 min cada.
Showrunner: Charlie Brooker
Direção: Owen Harris, Carl Tibbetts, Bryn Higgins
Roteiro: Charlie Brooker
Elenco: Hayley Atwell, Domhnall Gleeson, Claire Keelan, Lenora Crichlow, Michael Smiley, Tuppence Middleton, Daniel Rigby, Chloe Pirrie, Jason Flemyng, Tobias Menzies.
Disponibilização no Brasil: Netflix.
Showrunner: Charlie Brooker
Direção: Owen Harris, Carl Tibbetts, Bryn Higgins
Roteiro: Charlie Brooker
Elenco: Hayley Atwell, Domhnall Gleeson, Claire Keelan, Lenora Crichlow, Michael Smiley, Tuppence Middleton, Daniel Rigby, Chloe Pirrie, Jason Flemyng, Tobias Menzies.
Disponibilização no Brasil: Netflix.
Especial de Natal
Natal
Matthew, trabalha como uma "consciência" voltada para ajudar pessoas tímidas a se comunicarem. Numa narrativa paralela, Matt está confinado num lugar nevado com Joe. Este é um episódio que só vamos perceber do que se trata com o final que faz a cabeça explodir. Os efeitos visuais são muito interessantes e dá para notar que o diretor usa técnicas simples como jogo de câmeras com muita eficiência, e o resultado da gosto de ver. Não é um dos melhores episódios da série, mas é tão perturbador quanto todos os outros e marca o fim da série britânica que hoje é produzida pela Netflix.
Ficha Técnica (Especial de Natal) - White Christmas (Reino Unido, 2014)
Duração: 73 min.
Duração: 73 min.
Showrunner: Charlie Brooker
Direção: Carl Tibbetts
Roteiro: Charlie Brooker
Elenco: Jon Hamm, Rafe Spall, Oona Chaplin, Natalia Tena, Janet Montgomery, Liz May Brice.
Disponibilização no Brasil: Netflix.
Direção: Carl Tibbetts
Roteiro: Charlie Brooker
Elenco: Jon Hamm, Rafe Spall, Oona Chaplin, Natalia Tena, Janet Montgomery, Liz May Brice.
Disponibilização no Brasil: Netflix.
Em breve voltarei com a crítica sobre a terceira temporada composta por 6 episódios que promete a mesma qualidade e novas histórias surpreendentes.
Veja também: Black Mirror - 1ª Temporada
Black Mirror - 1ª Temporada.
Pegue a série americana The Twilight Zone, misture com assuntos atuais (política, redes sociais, reality shows), uma boa dose de humor negro, suspense e situações mais constrangedoras possíveis, junte um punhado de tecnologia e entregue nas mãos dos britânicos... Temos Black Mirror, a série mais perturbadora e surpreendente que eu já vi na vida.
A principio a série teve 7 episódios (2 temporadas e um especial de natal), a terceira temporada (com 6 episódios) foi encomendada pela produção americana da Netflix, e já estão disponibilizados. Mas hoje eu trouxe um breve comentário sobre a primeira temporada.
Todos os episódios são independentes, sendo assim, cada um com um elenco diferente e histórias distintas, mas todos eles satirizam e criticam de forma impiedosa a tecnologia em nossas vidas. Com a desculpa de que estes personagens vivem em um futuro um pouco distante, com tecnologia mais avançada, a série vai além e esfrega na cara do espectador todo horror e falta de bom senso em que a humanidade caminha a passas largos, em metáforas assustadoramente surreais e ao mesmo tempo tão próximas ao nosso tempo. Todos os episódios possuem roteiros inteligentíssimos e imprevisíveis, são bem dirigidos e as atuações são boas e convincentes, não há como discordar. Dito isso, vamos aos episódios:
Primeira temporada
Hino Nacional
No primeiro, a princesa Susannah é sequestrada sob ameaça de morte. O resgate? Algo inusitado, o primeiro-ministro deveria transar com um porco em cadeia nacional e ele tem pouco tempo se não quiser se expor, mas a internet não perdoa e em poucos minutos todo mundo está a par da situação. Antes do soco no estômago, ele nos joga na situação em que todos estão aguardando o desfecho do sequestro via internet ou TV, criticando, pressionando ou sofrendo enquanto o primeiro-ministro tenta achar uma solução: A humilhação ou a culpa pela morte da princesa. Tenso!
Quinze Milhões de Méritos
Em um mundo distópico no qual as pessoas vivem cercadas por televisões e são obrigadas a pedalar bicicletas ergométricas para gerar energia, a única esperança de uma vida remotamente melhor é participar de um reality show. Este foi o episódio que eu menos gostei, mas ele é muito interessante, tanto pela tecnologia e a ideia de produzir a própria energia em prol da tecnologia para viver, em troca a escravidão dentro dos padrões impostos. Interessante ver o ponto de vista de cada pessoa que vive neste mundo. Um dos episódios que mais usa o CGi e é impressionante o visual. Uma curiosidade é que a produtora deste episódio é a Endemol, a criadora do Big Brother e neste episódio há duras e pesadas críticas que cabem a ela mesma.
Toda a sua história
Em uma realidade alternativa, as pessoas têm acesso a uma espécie de chip que grava tudo aquilo que veem, ouvem e fazem, permitindo que as memórias sejam revistas com projeção através dos olhos. Uau! Este foi o episódio que eu mais gostei, além das atuações serem ótimas (o personagem principal é interpretado por Tobey Kebbell), as ambientações são simples mas de muito requinte e a cinematografia é realista e claustrofóbica. A tecnologia não é tão visual quanto no segundo episódio, mas a simplicidade e a narrativa envolvente apresenta tom de ameaça à privacidade sem igual, imagina se suas memórias caem nas mãos de terceiro? Foi um episódio angustiante, quase um terror psicológico que me fez pensar por muitos dias nele. Esta e a season finale da primeira temporada. Robert Downey Jr. comprou este episódio para transformá-lo em um filme. Estamos no aguardo.
Ficha Técnica da 1ª Temporada (Reino Unido, 2011)
Duração: 3 episódios de aproximadamente 45 min cada.
Showrunner: Charlie Brooker
Direção: Otto Bathurst, Euros Lyn, Brian Welsh
Roteiro: Charlie Brooker, Konnie Huq, Jesse Armstrong
Elenco: Rory Kinnear, Lindsay Duncan, Donald Sumpter, Daniel Kaluuya, Jessica Brown Findlay, Rupert Everett, Toby Kebbell, Jodie Whittaker, Tom Cullen.
Showrunner: Charlie Brooker
Direção: Otto Bathurst, Euros Lyn, Brian Welsh
Roteiro: Charlie Brooker, Konnie Huq, Jesse Armstrong
Elenco: Rory Kinnear, Lindsay Duncan, Donald Sumpter, Daniel Kaluuya, Jessica Brown Findlay, Rupert Everett, Toby Kebbell, Jodie Whittaker, Tom Cullen.
Disponibilização no Brasil: Netflix.
Veja também: Black Mirror - 2ª Temporada e Especial de Natal.
domingo, 30 de outubro de 2016
A Garota no Trem (The Girl On The Train, 2016).
O longa contém alguns plot twists, porém, a narrativa não-linear pode confundir o expectador mais desatento. Ainda assim o roteiro é fraco (mas está longe de ser ruim) e torna-se bastante previsível a partir do terceiro ato, mas a competente direção e a boa atuação do elenco salvam o longa.
Na sinopse, Rachel, que está desolada por seu divórcio recente, passa seu tempo indo para o trabalho fantasiando sobre o casal aparentemente perfeito que vive em uma casa onde seu trem passa todos os dias, até que em uma manhã ela vê algo chocante acontecer lá e se torna parte de um mistério que se desdobra. Quanto menos soubermos sobre o filme mais interessante (ou menos previsível) ele pode ser.
A direção de Tate Taylor é eficaz ele usa cinematografia diferenciada para apresentar cada uma das personagens, a alcoólatra, encarnada pela incrível Emily Blunt, é a peça chave do mistério, está sempre bêbada ou dentro do trem e então o recurso técnico usado para expor suas emoções e causar empatia com o expectador é uma câmera de mão que balança com ângulos em close-up, as expressões da personagens são ampliadas, é como se ela tentasse mostrar para nós, expectadores, aquilo que ela não consegue dizer, ou lembrar, este recurso traz realismo e a sensação incomoda de um personagem confuso, de maneira muito eficaz (eu por exemplo, tive a sensação que a qualquer momento eu sentiria o bafo da desmemoriada). Com a personagem
Anna, a dona de casa, mãe de família e dedicada esposa, interpretada por Rebecca Ferguson, o diretor usa uma cinematografia mais clara, em ângulos abertos a médio com câmera fixa como se quisesse passar a segurança da personagem mas equilibrada emocionalmente, porém isso muda conforme as camadas vão sendo reveladas. Com a personagem Megan, interpretada por Haley Bennett, seu esteriótipo é de mulher safada ao mesmo tempo que é a vítima, ela tem suas cenas com uma trilha sonora mais intensificada e misteriosa, é usado aqui os mesmo recursos usados no filme "Garota Exemplar", é mesmo como se quisesse que o expectador aproximasse em comparações as duas histórias, e das personagens envoltas pelo principal mistério, mas o suspense criado aqui, não chega nem perto do que o diretor de "Gone Girl" fez lá.
O roteiro é mais simples do que esperávamos, mas é bem escrito. As várias camadas dos personagens os tornam complexos, uns são mais complexos do que outros, mas todos tem alguma coisa relevante que acrescenta e que vamos desvendando pouco a pouco, mas são os diversos pontos de vista da trama que faz com que a narrativa fique enfadonha e algumas vezes até melodramática. A fotografia é bem trabalhada de acordo com cada momento, a floresta e o túnel contém a paleta de cores acinzentada e fria, as vezes turva e fora de foco, e a iluminação em ambientes fechados é amarelada o que intensifica a sensação de perigo e suspense. A trilha sonora ajuda a compor as cenas de mistério, mas ao longo da trama ela se torna menos interessante. Assista ao trailer:
Baseado no best-seller homônimo de Paula Hawkins. O longa está em cartaz nos cinemas de todo Brasil, vale a pena conferir.
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