O diretor David Leitch (co-diretor de John Wick), faz um ótimo trabalho mesclando uma boa história, cenas de luta e música!
Inspirada na grafic novel "The Coldest City", o longa mostra Lorraine Broughton, uma agente do MI6 que precisa encontrar informações importantes na Alemanha após a queda do Muro de Berlim e acaba se envolvendo em um jogo de espiões que pode ser letal. Em um filme de espionagem nós sempre esperamos uma história mais complexa, mais densa, não é o caso aqui, apesar da premissa ser boa, a narrativa é superficial, com reviravoltas bacanas, porém previsíveis, mas não deixa de ser uma boa história. O que é bom mesmo são as sequências de ação, um trabalho de coreografias muito bem ensaiadas e convincentes que Charlize Theron fez questão de treinar e fazer ela mesma (mesmo isso lhe custando 2 dentes!). James McAvoy, Sofia Boutella, John Goodman, Toby Jones, também estão no elenco, todos estão bem em seus personagens, mas não há nenhum grande destaque como Charlize "Badass" Theron, que está incrivelmente bem à vontade com sua personagem como não podia deixar de ser, o filme é todo dela.
A direção faz um trabalho impressionante com alguns planos sequência que são realmente criativos, um deles merece destaque, o mais longo, com quase 10 minutos, faz o público pensar que não há cortes, a edição é acertadamente perfeita, com ângulos vertiginosos e uma câmera que não deixa passar nada "girando" em quanto a coreografia do confronto sai de um ambiente para outro, é de tirar o fôlego do espectador, muito bem ensaiado e montado. Ao longo do filme as cenas de ação são de encher os olhos e sim, superam os erros de roteiro e mesmo quando não há cenas de ação, o filme consegue manter o público atento. Ótimo entretenimento.
Outro elemento que mantém o público acordado é a trilha sonora. Uma cena em que a protagonista entra em um ambiente com uma música agitada acompanhando-a para, logo em seguida, revelar que não era exatamente aquela que estava tocando no ambiente... é uma ótima sacada! A trilha nostálgica é bem montada com cenas específicas, não é exatamente uma novidade, já que em 2017 mesmo já vimos alguns filmes fazendo o mesmo e até melhor ("Guardiões da Galáxia 2", "Em Ritmo de Fuga"), mas ainda assim cumpre bem o seu papel. A mixagem de som é especialmente interessante, música, tiro, pancadaria e suspiros, funcionam bem, quase sempre pancada e música estão no mesmo tom. A fotografia tem cores frias acinzentada em cenas externas representando também a época política em que o filme se passa, e cores mais quentes em cenas internas, vermelho e azul se sobressaem de acordo com a intensidade do momento, é uma cinematografia que nos remete ao final dos anos 80 com neons em alta.
A loira atômica bate sem piedade e apanha na mesma medida. Na mesma pegada do "John Wich", o filme não deixa o espectador dormir, em sua missão ela é uma assassina implacável, e mesmo com reviravoltas não muito eficientes, em um confronto no "mano a mano" com James Bond ela o colocaria no bolso. Atomic Blonde (título original) é um ótimo cinema com pipoca que vale o ingresso.
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