O longa contém alguns plot twists, porém, a narrativa não-linear pode confundir o expectador mais desatento. Ainda assim o roteiro é fraco (mas está longe de ser ruim) e torna-se bastante previsível a partir do terceiro ato, mas a competente direção e a boa atuação do elenco salvam o longa.
Na sinopse, Rachel, que está desolada por seu divórcio recente, passa seu tempo indo para o trabalho fantasiando sobre o casal aparentemente perfeito que vive em uma casa onde seu trem passa todos os dias, até que em uma manhã ela vê algo chocante acontecer lá e se torna parte de um mistério que se desdobra. Quanto menos soubermos sobre o filme mais interessante (ou menos previsível) ele pode ser.
A direção de Tate Taylor é eficaz ele usa cinematografia diferenciada para apresentar cada uma das personagens, a alcoólatra, encarnada pela incrível Emily Blunt, é a peça chave do mistério, está sempre bêbada ou dentro do trem e então o recurso técnico usado para expor suas emoções e causar empatia com o expectador é uma câmera de mão que balança com ângulos em close-up, as expressões da personagens são ampliadas, é como se ela tentasse mostrar para nós, expectadores, aquilo que ela não consegue dizer, ou lembrar, este recurso traz realismo e a sensação incomoda de um personagem confuso, de maneira muito eficaz (eu por exemplo, tive a sensação que a qualquer momento eu sentiria o bafo da desmemoriada). Com a personagem
Anna, a dona de casa, mãe de família e dedicada esposa, interpretada por Rebecca Ferguson, o diretor usa uma cinematografia mais clara, em ângulos abertos a médio com câmera fixa como se quisesse passar a segurança da personagem mas equilibrada emocionalmente, porém isso muda conforme as camadas vão sendo reveladas. Com a personagem Megan, interpretada por Haley Bennett, seu esteriótipo é de mulher safada ao mesmo tempo que é a vítima, ela tem suas cenas com uma trilha sonora mais intensificada e misteriosa, é usado aqui os mesmo recursos usados no filme "Garota Exemplar", é mesmo como se quisesse que o expectador aproximasse em comparações as duas histórias, e das personagens envoltas pelo principal mistério, mas o suspense criado aqui, não chega nem perto do que o diretor de "Gone Girl" fez lá.
Assista ao trailer:
Baseado no best-seller homônimo de Paula Hawkins. O longa está em cartaz nos cinemas de todo Brasil, vale a pena conferir.
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